Será que crescemos em 2020?
30/11/2020
Hoje vou trazer para vocês assuntos que se relacionam à pandemia. Eu sei que é chato, ninguém aguenta mais falar disso, mas juro que trarei algumas informações bem interessantes sobre o ano de 2020, e que responderão a muitas perguntas que pouca gente consegue responder.
A pandemia bagunçou a vida de todos, isso é um fato. E quando digo que bagunçou, não é apenas uma força de expressão não, é a pura realidade.
Sabemos que a educação em todos os seus níveis, o comercio em geral, as indústrias, empresas de serviços, alimentação e suprimentos, entre muitos outros, todos sofreram impactos severos neste ano, além de nós que passamos a ficar em casa por efeito da quarentena.
Mas com tudo isso ainda podemos ter esperança de que o país cresceu?
Aqui na empresa temos uma série de produtos (softwares) que ofertamos relacionados a cadastros, e uma ferramenta incrível que temos em nosso portfólio tem a capacidade de monitorar todas as empresas que nascem no Brasil, e resolvi trazer para vocês algumas visões.
Com o mercado em recessão devido a pandemia, passamos muitos meses isolados sem saber se e o quanto o Brasil cresceu. Imaginando que houvesse crescimento, claro, sendo assim isolei nesta analise o período de 01 de março de 2020 a 31 de outubro de 2020, e encontrei o cenário que vou descrever a partir de agora.
Sabemos que muitos segmentos encolheram e até sumiram, mas mesmo assim neste período tivemos o nascimento de 1.933.088 empresas, uma média de 240.000 mil abertas por mês. Só no estado de São Paulo foram 503.698 CNPJs criados neste período.
Comecei a analisar e para minha decepção inicial encontrei um grande número de empresas que nasceram vinculadas ao CNAE 9492800, que é “Atividade de organizações políticas”, totalizando 297.387, sendo que os estados que mais tiveram este tipo de empresa são Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia e Paraná.
Bom, sabemos que isso tem relação direta com o período de eleições e atualmente é a forma lícita de se transacionar dinheiro entre atividades partidárias e candidatos. Desta forma, não é uma anomalia, somente uma sazonalidade.
Voltando a ser otimista, isolando este tipo que citei acima podemos dizer que o número de empresas continua sendo surpreendente em diversos segmentos. Vamos entender mais um pouquinho.
Quando avaliamos o crescimento por UF, encontramos o estado de São Paulo com 26% das empresas que nasceram no Brasil durante este período.
Isso é mais que o dobro do segundo colocado que é Minas Gerais (11%), seguido por Rio de Janeiro (9%) e Paraná (6%) e todos os demais com percentuais de crescimento abaixo de 5% totalizando esta visão.
Podemos concluir então que mais de meio milhão de empresas nasceram no estado de São Paulo em 2020, durante a pandemia.
Os principais segmentos que tiveram este crescimento são: comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios (25 mil empresas), fornecimentos de alimentos preparados (19 mil empresas), promoção de vendas (19 mil empresas), cabeleireiros, manicure e pedicure (17 mil empresas), e o restante se distribui em mais 16 segmentos com boa representatividade.
Para fechar esta análise eu resolvi fazer o mesmo para Batatais, um presente para os curiosos sobre o tema.
Em Batatais, 492 empresas nasceram durante a pandemia, uma média de 61 por mês. Fiz um comparativo com outras cidades e é uma performance mediana, mas ainda sim tivemos bom crescimento: quase 500 empresas foram constituídas por corajosos empreendedores(as).
Os principais segmentos foram: serviços domésticos (9%), cabeleireiros, manicure e pedicure (7%), comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios (7%) e promoções de vendas (6%).
Quando olhamos estes números tentando entender um pouco as motivações, encontramos uma simples leitura: as pessoas buscaram formas de sobreviver aos impactos da pandemia.
Muitos foram para o comércio, para cuidados pessoais, para manutenção e decoração das casas. Em um resumo bem direto percebemos um grupo de atividades individuais de pessoas batalhadoras que buscaram sua renda. Tivemos um desfalque grande em vários segmentos, mas isso é tema para outro artigo.
Gosto de trazer assuntos mais leves, sem grande complexidade, mas acredito que estas informações são de grande valor para o entendimento de nossa realidade.
Bora crescer muito em 2021? Vamos manter o otimismo.
Para finalizar uma frase complexa e de extrema simbologia do mestre Yoda: “Transmita o que aprendeu. Força, mestria. Mas fraqueza, insensatez, fracasso também. Sim, fracasso acima de tudo. O maior professor, o fracasso é.”
Até a próxima! 👋
Por Claudio Cesar Fernandes, CEO da Midas Solutions
Você também pode gostar de ler: [Coluna do CEO]: As profissões com mais oportunidades em 2022