O que muda na gestão fiscal a partir de 2026 com a Reforma Tributária?
16/12/2025

O que muda na gestão fiscal a partir de 2026 com a Reforma Tributária?
A Reforma Tributária é, sem dúvida, um dos marcos mais relevantes para o setor financeiro do Brasil nos últimos anos. Com a aprovação da Emenda Constitucional 132/2023, o país inicia uma transição do sistema atual, considerado complexo, burocrático e ineficiente, para um modelo mais simplificado e transparente.
A partir de 2026, começa oficialmente o período de transição que impactará diretamente a gestão fiscal das empresas. Apesar da mudança ser gradual, os efeitos já serão sentidos desde janeiro, e isso reforça a importância de se adaptar o quanto antes para evitar as consequências.
Neste artigo, vamos explorar quais mudanças entram em vigor em 2026, os impactos práticos para as empresas e como adaptar sua estrutura fiscal desde já para evitar gargalos, retrabalho e riscos à conformidade.

Impacto da Reforma Tributária na gestão fiscal

A gestão fiscal empresarial depende da correta apuração, recolhimento e controle dos tributos incidentes sobre operações de compra, venda, prestação de serviço e movimentações contábeis.
O atual sistema, com cinco tributos indiretos principais (PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI), cria uma teia complexa de obrigações acessórias, regras específicas por estado e município, e margem considerável para erros.
A nova proposta da Reforma Tributária cria o modelo IVA Dual, composto por dois tributos principais:
  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): substitui o ICMS e ISS;
  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): substitui o PIS e a Cofins.
Essa mudança afeta diretamente os processos internos de escrituração, emissão de documentos fiscais, parametrização de ERPs, validação de fornecedores, classificação fiscal de produtos e muito mais.

O que começa a mudar em janeiro de 2026?

1. Início da cobrança da CBS em regime teste

A CBS, que substituirá PIS e Cofins, terá cobrança iniciada em 2026 com uma alíquota teste de 0,9%. Essa fase servirá para adaptação das empresas e órgãos arrecadadores ao novo modelo de apuração e controle. Embora o valor arrecadado possa ser compensado posteriormente, é fundamental garantir que a estrutura fiscal esteja pronta para realizar a escrituração e apuração desse novo tributo de forma segregada.

2. Emissão de documentos fiscais em novo layout

A documentação fiscal precisará ser ajustada, com novos campos, layouts e estruturas que permitam separar as bases de cálculo e tributos do modelo antigo e do novo. Isso implica na atualização de ERPs, middleware de documentos fiscais, soluções de compliance e ferramentas de conferência.

3. Integrações mais complexas com sistemas de terceiros

Empresas que operam com marketplaces, plataformas de e-commerce, sistemas de logística e ERPs terceirizados precisarão revisar suas integrações para acomodar os dados do novo sistema tributário.

Os principais impactos para a área fiscal e contábil

O ano de 2026 marca o início de um período de transição, no qual o modelo antigo e o novo coexistirão. Isso exigirá dupla atenção e maior controle sobre apurações, parametrizações e auditorias internas.

Risco de erros e inconsistências

Com dois sistemas em funcionamento, aumentarão as chances de:
  • Lançamentos duplicados;
  • Apuração incorreta de tributos;
  • Geração de obrigações acessórias inconsistentes;
  • Falhas em parametrizações fiscais, como CFOP, CSTs e códigos de serviços.

Consequências da falta de adaptação

As empresas que não se prepararem agora para o novo modelo tributário terão maior dificuldade em garantir compliance fiscal, correrão riscos de multas e poderão comprometer o seu relacionamento com clientes e fornecedores.

Como adaptar a gestão fiscal desde já?

1. Faça um mapeamento completo dos processos fiscais

Antes de qualquer mudança, é fundamental entender como os processos fiscais atuais estão estruturados:
  • Como são apurados PIS, Cofins, ICMS, ISS?
  • Como são feitas as parametrizações de NCM, CFOP e CST?
  • Como ocorre a integração com o ERP e a geração das obrigações acessórias?
Esse diagnóstico permitirá identificar pontos de fragilidade que devem ser priorizados.

2. Invista em automação fiscal e validação de dados

A automação de tarefas como conferência de documentos, parametrização de regras fiscais e validação de notas é essencial para:
  • Evitar erros manuais;
  • Reduzir retrabalho no fechamento contábil;
  • Garantir a correta apuração de tributos nos dois modelos (antigo e novo).
Plataformas que centralizam a gestão fiscal ganham protagonismo nesse contexto, ao permitir que a empresa tenha controle da recepção e validação fiscal em um só lugar.

3. Atualize o ERP e os sistemas satélites

O ERP é a espinha dorsal da gestão fiscal. Sua atualização para suportar os novos tributos, layouts e regimes de apuração é prioridade. Além disso, ferramentas de recebimento de XML, gateways de NF-e, SPED e dashboards de controle também devem ser revistos.

4. Treine a equipe contábil, TI e fiscal

As equipes que lidam com apuração de tributos, conciliações, geração de obrigações e com a integração de sistemas para a gestão fiscal precisam estar preparadas para lidar com as mudanças de forma segura. Para isso, promova workshops internos, invista em treinamentos e incentive a leitura de comunicados oficiais da Receita Federal e dos estados.

5. Revise contratos com fornecedores e clientes

Por fim, as cláusulas relacionadas à retenção de tributos, repasse de alíquotas, preços líquidos de impostos e responsabilidades fiscais precisarão ser atualizadas para refletir a nova realidade tributária. A comunicação com stakeholders também se torna crucial.

A tecnologia é a sua aliada nesse processo

A tecnologia será o principal pilar para dar sustentação a essa mudança. E não se trata apenas de sistemas sofisticados, mas da integração inteligente entre soluções, da validação automatizada de dados, da visibilidade sobre processos e riscos fiscais.
O portal Olimpo, desenvolvido pela Midas, já nasce pronto para essa nova realidade. Ao centralizar o cadastro de fornecedores e a recepção fiscal em um único ambiente, o Olimpo oferece:
  • Visão em tempo real de quem irá pagar e quando;
  • Monitoramento de riscos fiscais dos fornecedores;
  • Prevenção contra notas duplicadas e inconsistentes;
  • Parametrizações inteligentes para diferentes regimes tributários;
  • Maior transparência para prestadores e contratantes.
Em um cenário de transição tributária, essa visibilidade e controle se tornam grandes diferenciais competitivos.

Está na hora de se adaptar

A Reforma Tributária não é mais uma previsão. A partir de janeiro de 2026, as primeiras mudanças já entram em vigor, e mesmo que em formato de transição, seu impacto será real no dia a dia das áreas fiscais e contábeis.
Mais do que entender as novas siglas e alíquotas, é preciso preparar processos, sistemas, pessoas e integrações para uma nova era da gestão fiscal no Brasil. Ignorar essa necessidade é abrir portas para inconsistências, multas e retrabalho.
Adaptar-se com agilidade é possível e, com o suporte da tecnologia e o uso de plataformas como o Olimpo, essa jornada pode ser mais segura, eficiente e estratégica.
Quer conhecer de perto a solução da Midas e se preparar para a Reforma? Entre em contato!