O que é e como lidar com a ansiedade na quarentena? | Midas Solutions

Creio que muitos de nós já sentimos a presença da ansiedade em nosso cotidiano, já que ela se manifesta nas situações mais diversas. Em alguns momentos sentimos a ansiedade que costumamos chamar de ansiedade boa, aquela que dá um friozinho na barriga diante de algo bom que está chegando.

Mas também podemos sentir aquela ansiedade difícil de suportar, quando estamos diante da possibilidade de algo muito ruim que vai acontecer.

Podemos entender que ansiedade não é boa nem ruim, nem mesmo pode ser uma doença. Ansiedade é um “clima” que a gente respira, não é algo que decidimos sentir e também não é algo que podemos nos livrar como se fosse externo a nós mesmos.

Quando nos sentimos muito ansiosos, temos o desejo de que a ansiedade desapareça, tanto que ela nos incomoda e geralmente nos toma por inteiro, agita nosso corpo e pensamentos. Acontece uma aceleração da respiração, podendo até trazer um aperto no peito.

Ou uma fome terrível de doce, dificuldades de se concentrar. Também pode ser que você faça muitas coisas ao mesmo tempo, sem terminar nenhuma delas.

Nos irritamos facilmente, tudo nos acontece de modo acelerado sem a possibilidade de conseguir parar. É ansiedade demais também quando mexemos no celular sem parar, quando trocamos o canal da televisão sem assistir a nenhum. Parece que fazemos várias coisas, mas na verdade estamos vivendo ocupações que nos cansam, mas não alcançam resultado algum.

Qualquer coisa parecida com quietude é impossível de conseguir e quanto mais queremos controlar a ansiedade mais ela se mostra intensa.

A ansiedade expressa como estamos lidando com as circunstâncias de nossas vidas. Então o que podemos fazer (e podemos muito), é cuidar de nossa ansiedade.

É preciso primeiro entender o que está acontecendo conosco. Vamos começar pela questão do tempo.

Quando estamos ansiosos, a nossa percepção do tempo é “ainda não”. Nos encontramos desarmônicos, estamos lá no amanhã, no depois, e não há nada que possamos fazer para que o dia seja menor que 24 horas, a semana menor do que 7 dias.

Não poder mexer nos ponteiros do tempo é algo de intenso sofrimento para nós, quando a ansiedade nos informa que é no “depois de agora” que queremos estar.

Querer morar no futuro pode ser apenas um jeito de não estar no presente. Porém, devemos olhar no instante presente. Ficamos no futuro para que não venham desagradáveis pessoas nos retirar do momento presente.

Porém, é somente no agora que podemos saborear nossa vida. Querendo ou não, ansiosos ou não, a vida tem lados bons e ruins e controle nenhum é capas de resolver a imprevisibilidade.

Temos um desejo enorme de controlar resultados e ter certeza de que tudo irá se conforme a nossa vontade, e essa necessidade de controle está na ordem inversa de nosso crescimento.

Sabemos muito pouco a respeito de quem somos e muito menos a respeito do que podemos ser. Temos dificuldade de sustentar vazios, suportar silêncio de esperar a tessitura da perseverança que só o tempo pode trazer.

Na rapidez de resultados, na pressa de alcançarmos êxitos e na fuga do sofrimento, muito pouco podemos conquistar.

A ansiedade deve apenas nos visitar em momentos que precisamos agir rapidamente, porém não deve ser o modo mais rotineiro de viver nossas vidas.

O que fazer quando estamos ansiosos? Dê liberdade para seu corpo para que ele possa ajudar a expressar essa tensão. Bons exemplos disso são a prática de exercícios físicos, ouvir uma música que você gosta “até o fim”, procurar contato com a natureza, cuidar de suas plantas, dos seus animais. Essas opções são melhores do que, por outro lado, comer doce demais.

Permita se emocionar consigo mesmo. Isto certamente vai lhe proporcionar conexão interior e consequentemente aquietar sua ansiedade.

E quando puder refletir, pergunte-se: para onde estou correndo? Ou, de que estou correndo?

Por Edmar Souza, profissional de Recursos Humanos

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