O ano de 2021 voou?
08/12/2021

O ano de 2021 voou?

Vocês também estão com a sensação de que o ano começou esses dias atrás e já estamos vendo as luzes de Natal para todo lado?

No início dele eu li uma reportagem em um site que gosto muito e nela era mencionado que 2020 foi o ano em que mais vezes o chamado “dia mais curto do ano” foi registrado.

Isso mesmo que leu: foram precisamente 28 vezes, fazendo de 2021 o mais curto da história!

Quando eu li sobre isso fiquei intrigado e busquei um pouco mais de detalhes.

Descobri que isso ocorre porque a terra está rodando mais depressa do que o normal, fazendo jus à projeção de que o ano de 2021 teria tudo para ser mais rápido que seu antecessor.

A previsão era que os dias teriam 0,5 milissegundos mais curtos, o que nos parece pouco, mas somados, assim como tudo que se acumula na vida, com certeza seria representativo.

Interessante, não é mesmo?

Existem várias implicações nesse cenário que apresentei a vocês, mas o objetivo do nosso bate-papo neste dezembro que se inicia é pegar essa perspectiva e a explorar em outro ângulo. Vamos lá!

Áudios e vídeos acelerados: o novo ritmo da internet

Estamos vivendo um momento em que tudo tem muito pressa, a urgência é um estado constante, tudo é pensado para ser resolvido em segundos, qualquer coisa que leve um pouco mais de tempo é considerada estressante e até mesmo inaceitável.

Todo mundo aqui com certeza utiliza o WhatsApp e percebeu o recurso de aceleração de áudio que foi lançado neste ano.

Em estudos recentes sobre o uso da plataforma, a nova funcionalidade foi apontada como um sucesso.

Eu vejo ao meu redor todos acelerando aqueles áudios longos, considerados audionovelas pois estão acima de 1 minuto, sendo que até 40 segundos as pessoas desse perfil talvez aguentem sem acelerar.

O YouTube já tem há algum tempo o recurso de aceleração, o que lhe oferece a possibilidade de reduzir pela metade o tempo para assistir um vídeo, além dele outras plataformas estão na mesma direção.

Da mesma forma, a Netflix também incorporou essa funcionalidade, e um documentário pode ser visto em 50% do seu tempo.

Já no Spotify você conseguirá ouvir um podcast 3,5 vezes mais rápido, isso mesmo, 3,5 vezes, é horrível, mas acredito que muita gente já se adaptou.

Para muitas pessoas, acelerar é o único jeito de consumir conteúdo em uma internet cada vez mais abarrotada de informações.

Sabemos que a pandemia deixou tudo mais on-line, e isso acelerou esse fenômeno que estou descrevendo aqui para vocês.

Hora da reflexão sobre o ano que passou

Não é possível dizer se são esses recursos que nos deixam mais acelerados ou se são as pessoas que exigem soluções que as ajudem a superar essas urgências.

Para muitos especialistas, o ponto central da discussão são as consequências de toda essa pressa.

Sendo assim, podemos dizer que a aceleração de qualquer conteúdo vem por causa do excesso de informações e não é possível consumir tudo o que está na internet e nem saudável buscar esse conhecimento todo.

Por isso, temos que fazer escolhas.

Ainda não há detalhes científicos sobre o impacto da aceleração no psicológico das pessoas. Contudo, há quem já esteja sentindo efeitos dessas ferramentas.

Podemos dizer que a aceleração do WhatsApp faz parte de uma comunicação assíncrona, em que as duas partes da conversa estão em momentos distintos.

Ao contrário de um telefonema, que é em tempo real, aquele sentimento que expressei quando enviei um áudio pode já ter desaparecido quando a outra parte, horas depois, escutou.

Daí vem a afirmativa de que os interlocutores estão dessincronizados.

Além dos áudios do WhatsApp acelerados, quem navega na internet sente que conteúdos digitais como um todo estão mais curtos – e não só porque foram acelerados por ferramentas. É como se, para consumir mais e mais, tudo tivesse sido enxugado.

A famosa revista americana especializada em música, a Billboard, publicou em 2019 que as canções mais tocadas nas rádios dos Estados Unidos estão 30 segundos mais curtas do que em 2018.

Isso pode ser atribuído às plataformas de streaming, como Spotify: quanto mais curtas, mais as músicas podem ser reproduzidas repetidas vezes, aumentando o número de visualizações para o artista e gravadora, que faturam mais com o “hit”.

Outro fenômeno está no aplicativo chinês TikTok e no concorrente Reels, do Instagram, que naturalmente trazem conteúdos rápidos.

Neles, criadores de conteúdo sintetizam memes, danças e histórias em até um minuto e meio de material, com velocidades que podem assustar os mais velhos.

Como consequência, o conteúdo se torna mais fácil de ser viralizado.

Amigos, eu sei que escrever é fácil, mas vamos tentar agir e desacelerar um pouquinho neste final de ano, curtir os amigos e iniciar 2022 com o pé direito.

Para concluir vai uma frase que tem muito a nos dizer depois deste texto: “A direção é mais importante que a velocidade” (Clarice Lispector).

Até a próxima! 👋

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